sábado, 28 de setembro de 2013

O Terror - Dan Simmons



Na primavera de 1845, Sir John Franklin comanda uma expedição de dois navios e 130 homens numa viagem arrojada para o distante e desconhecido Árctico. O seu objectivo: encontrar e mapear a lendária Passagem do Noroeste que, supostamente, ligará os oceanos Atlântico e Pacífico.
Dois anos depois, a expedição, que começou sob um espírito de optimismo e confiança, enfrenta o desastre. Franklin está morto. Os dois navios (o Erebus e o Terror) estão fatalmente presos nas garras do gelo. As rações e o carvão escasseiam e os homens, mal preparados, lutam diariamente para sobreviver ao frio letal.
Mas o seu verdadeiro inimigo é bem mais aterrorizador. Existe algo à espreita nas trevas glaciais: um predador oculto que captura marinheiros e abandona os seus corpos na vastidão de gelo…
O Terror é simultaneamente um romance histórico rigorosamente pesquisado e uma homenagem ao melhor que a literatura de horror ofereceu até hoje. 



Opinião:

Um livro brilhante, sendo eu seguidor da Coleção BANG e já com imensos livros lidos da mesma, é com espanto que verifico que, quer este escritor, quer estes livros me passaram ao lado e desde já digo, com toda a certeza, que entram para o meu top 10 de livros preferidos da Coleção. 

Foi muito bom, ter os dois livros à disposição, pois li-os de seguida, não tendo de esperar pela publicação do segundo volume. Assim sendo este comentário acaba por ser para ambos os volumes, considerando-os como sendo um único livro (julgo que na versão original é só um único livro que foi dividido em Portugal, podendo estar enganado). 

São várias as coisas que me agradaram no livro, bem planeado e acima de tudo acaba por ser um grande Romance Histórico, onde se nota claramente que o escritor fez um trabalho de pesquisa notável. É-nos apresentado um retrato da época, quer a nível das culturas e mentalidades, acabando por ficarmos a conhecer algo mais sobre o quanto são difíceis as explorações ao Ártico. Mas não só, o autor explora a natureza humana perante uma questão de sobrevivência, verificando qual o limite até onde facilmente se perde a racionalidade ? 

Outra coisa que me agradou no livro foi ser contado por diferentes pontos de vista, que funcionaram de uma forma bastante positiva e que acabou por ainda dar mais profundidade às mesmas, enriquecendo o enredo. 

Acredito que possam considerar os livros um pouco descritivos, mas quanto a mim foi uma mais-valia, pois acabou por ajudar a que, de uma forma solida e segura, as personagens acabassem por ter mais profundidade bem como o relatar da expedição ficasse devidamente fundamentada. Não quer com isto dizer que a leitura do livro se torne lenta e que o enredo não avance, nada disso. Temos muita ação, muitos mistérios que nos deixam ansiosos por ver desvendados, mas tudo feito a seu devido tempo e onde somos surpreendidos com várias surpresas, que confesso que não esperava. 

Não deixa de ser um livro cruel, violento, que nos faz sofrer, que nos deixa em constante suspense, basta ler a sinopse do livro para verificar que algo corre mal, que a expedição não está preparada para o que o destino lhes reserva e como se não bastasse algo de maligno se encontra bem perto do local. 

Se numa primeira fase é esta "entidade maligna" o centro do enredo, numa fase posterior é a luta pela sobrevivência, a perda da racionalidade e a crueldade no ser humano (a que ponto esta pode chegar), acrescido ainda do choque das diferenças culturais dos personagens, protagonistas do enredo, que acabam por ser o foco de interesse e que é desenvolvida de uma forma como nunca tinha visto antes, confesso. 

Gostei do pormenor do escritor não ter problemas de "matar" personagens-chave do enredo, algo que me agrada nos livros (Ai George Martin foste tu que me mudaste esta mentalidade), embora aqui e até por todo o sofrimento que vamos seguindo ao longo do livro, tenha sido mesmo cruel.

Por fim temos um final, que não sendo totalmente avassalador é bem preparado, feito de uma forma consistente e inteligente e que confesso me agradou bastante. 

Um livro que só posso recomendar e se me permitem uma sugestão não percam a oportunidade de comprar estes livros que podem ser adquiridos via site da Editora através de um Pack “O Terror” e que, com mais um pequeno esforço, compram outro excelente livro “Vodu nas Caraíbas” de Tim Powers, podendo assim obter outro livro de oferta de acordo com as promoções habituais da Editora. Resumindo a sugestão é de : 4 livros por 25 € .

Seguramente pretendo ler mais livros do escritor, agora resta saber qual o seguinte, aceito sugestões.

A Coleção BANG! no seu melhor.

Segundo Stephen King: “Um romance intenso, absorvente e arrepiante como só Dan Simmons podia escrever.”

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Passatempo “Filha do Império” e “Serva do Império




Mara era apenas o membro mais novo de uma família nobre. Nunca esperou que a súbita e chocante morte do irmão e do pai pudessem trazer-lhe tamanha responsabilidade. Apesar do seu sofrimento, cabe-lhe a tarefa de vestir os mantos da liderança e enfrentar as dificuldades. Mas embora inexperiente na arte política, Mara terá de recorrer a toda a sua força e coragem, inteligência e astúcia, para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro da sua família. Rapidamente se apercebe de que a traição e os inimigos da família quase levaram a sua Casa à aniquilação completa. Todas as esperanças estão depositadas numa única mulher: uma rapariga que terá de crescer rapidamente e aprender um jogo perigoso, onde não há tempo para errar…


Passatempo:

Olá a todos,

Em parceria com a Saída de Emergência temos para oferecer um exemplar de cada um destes livros ao vencedor.


Para se habilitarem a o prémio deverão responder correctamente às perguntas abaixo e preencher os vossos dados dando atenção ao regulamento.

Para participarem devem consultar o Excerto aqui disponibilizado.

Regulamento:


- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 10 de outubro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Apenas será aceite uma participação por cada pessoa, por cada email e por cada morada.
- Além da correcção das respostas às questões lançadas, também o preenchimento dos dados pessoais são factor de exclusão, devendo por isso corresponderem às normas como são solicitados.
- Os premiados serão escolhidos entre aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- A escolha é feita através de um sistema de selecção aleatória.
- O blogue reserva-se ao direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.
- Deverão ser seguidores do blogue


A todos, boa sorte.


sábado, 21 de setembro de 2013

O Mago - A Serva do Império - Raymond E. Feist


Ninguém conhece os meandros do Jogo do Conselho melhor do que Mara dos Acoma. Através de sangrentas manobras políticas, ela tornou-se uma poderosa força no Império; porém, rodeada de mortíferos rivais, se Mara quiser sobreviver, tem de ser a melhor. Como se isso não bastasse, Mara tem de combater batalhas em duas frentes: no viveiro de intriga e traição que é a corte dos Tsurani, e no seu coração, onde a paixão por um escravo bárbaro do mundo inimigo de Midkemia a leva a questionar os princípios que regem a sua vida. A Serva do Império é o segundo volume da magnífica saga épica de Feist e Wurts - uma das colaborações mais bem-sucedidas de todos os tempos no estilo fantástico.

Opinião:


Quantos mais livros vou lendo do escritor, mais este vai subindo e tornando-se num dos meus escritores favoritos a nível de literatura fantástica. Se o 3º e 4º volume da saga do Mago (Espinho de Prata e As Trevas de Sethanon) já me tinham arrebatado, agora o entusiasmo duplicou com esta nova saga, mais baseada em jogos políticos, passado nos territórios dos Tsurani (onde a honra está sempre presente e acima de tudo). Mas temos igualmente a presença de personagens de Midkemia (como escravos e vistos como bárbaros, mas que acabam por ter o seu papel neste livro).

Das coisas que mais gosto no escritor é a forma como descreve combates, ao nível de Bernard Cornell e que, sem ser exaustivo, consegue dar-nos a visão do que se está a passar dos dois lados dos campos da batalha, a leitura que cada interveniente faz do decorrer da batalha, e como pode virá-la a seu favor, tudo isto feito de uma forma magnifica, que nos faz suspirar por saber mais do que irá acontecer. A nível de enredo e quem já leu o escritor, conhece a complexidade que este universo tem. Agrada-me imenso a forma como o escritor desenvolveu esta saga, mais numa vertente politica e jogos de poder, a fazer lembrar em certa medida George Martin e todos os enigmas, intrigas, armadilhas que são jogados na Guerra dos Tronos e tal como Martin tem personagens com as quais ficamos encantados mesmo que não sejam demasiado profundas. Mestres de Espionagem (a fazer lembrar Varys por exemplo), muito bem desenvolvidos, conselheiros de estado, responsáveis pelas finanças, comandantes de guerra, tudo personagens que têm um peso enorme no livro em que a sua lealdade é determinante para todos estes jogos políticos e a defesa de cada casa.

Quanto ao desenvolvimento do livro em si, e depois dos acontecimentos do livro anterior, o ódio em relação a Mara aumenta (grande personagem) não só com o aumento do poder da sua casa, mas acima de tudo por ter vingado a morte do seu Pai e do seu Irmão, de uma forma que, o patriarca da casa dos Minwanabi, (muito mais poderosa no circulo da corte dos Tsurani) tivesse de pagar, com a sua vida, a traição realizada aos Acuma. O seu sucessor, seu descendente Desio, na ansia de se vingar da desonra caída sobre a sua casa, joga tudo para aniquilar Mara, tendo recorrido ao seu primo Tasaio, que tinha sido o mentor da morte do pai e irmão de Mara (um personagem excelente, não digo vilão porque nisto cada casa defende os seus interesses), e foi ele novamente que com a sua inteligência, astucia, e capacidade de estratégia, preparou a "cilada" aos Acuma.

Não querendo estar a revelar muitos mais pormenores do enredo até para não efetuar nenhum spoiler, há muitos mais fatores de interesse além destas duas meras casas. Outras casas mais poderosas e com interesses estão sempre à espreita de deslizes, a presença de uma raça (Cho-ja) que vivem no subsolo e reinados por uma Rainha e que são sem duvida uma mais valia para o enredo e com muito ainda por explorar. Temos claro a presença da personagem O Imperador a mais alta patente do império e claro os Mantos Negros, mais conhecidos entre os Tsurani como os Gloriosos que estão acima da lei. Penso que quem já leu os livros anteriores se lembra de um nome Milamber (apareceu pouco, mas bem, muito bem).

Trabalho excelente a nível de revisão e apenas penso que a sinopse do livro é algo reveladora do enredo, em especial com um personagem de nome Kevin.

Uma saga que me está a surpreender pela positiva e que recomendo a todos os admiradores de livros de fantasia (embora exista pouca como referido), mesmo que não tenham lido os livros anteriores.

" Em assembleia - explicou pacientemente Arakasi -, o que não é dito é bem importante: quem não se aproxima da cadeira de um senhor, quem hesita e quem é visto com quem, tudo vale mais do que as palavras" 

A fazer lembrar todos os estudos que Breu passou a Fitz Cavalaria.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Compilação de contos da Era Dourada de Pedro Cipriano


Uma guerra mundial pelos recursos energéticos mudou a cara do Planeta, levando uma espécie Humana perto da Extinção. Cinco séculos depois, A Revolução industrial acontece pela segunda vez, Fazendo ressurgir os mesmos desafios. Inclui os contos: - A Alvorada - A Escuridão - A Alergia - O Monstro e a Musa - O Fruto Proibido 

Opinião:

Estou a ler este livro em leitura conjunta e dado o tamanho do livro apenas se faz um comentário, logo deixo desde já a minha opinião, que obviamente será melhor debatido.

Com uma escrita bastante acessível o escritor apresenta-nos vários contos onde a mensagem principal que retenho tem a ver com a urgente necessidade de se arranjar energias alternativas às existentes, bem como do perigo do homem ter o poder de utilizar energia nuclear que poderá ser devastador para o planeta e mesmo para a humanidade. 

Logo para alem de um enredo que nos cativa, adorei o conto O Monstro e a Musa, que tem várias surpresas e um final muito bem conseguido, mas que aqui não quero revelar, temos muitas questões que nos levam a reflectir. Foi pequeno mas muito interessante. Claro que há outros contos interessantes ainda assim foi o que mais me cativou.

Será bom que o homem tenha acesso a armamento nuclear capaz de destruir o planeta ? Será que as fontes de energias existentes duram para sempre ? Haverá alternativa a um universo dependente do carvão ?

Vários são as questões colocadas e abordadas, pelo que recomendo a leitura destes contos que podem aceder praticamente de forma gratuita smashwords

Agradecimento antecipado ao Pedro Cipriano por se disponibilizar a participar na leitura conjunta, gostei de ler sobre os seus novos projetos para 2014 e é alguém que não quero enfrentar tal as artes marciais que domina :D

Desejo-lhe as maiores felecidades

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Impiedoso País das Maravilhas e o Fim do Mundo de Haruki Murakami



“Duas histórias paralelas desenrolam-se em cenários sugestivos. Uma decorre numa misteriosa cidade murada - o Fim do Mundo. A outra, numa Tóquio futurista, num gélido e desapiedado país das maravilhas.


Ao chegar à cidade fechada nos confins do mundo, o narrador vê-se privado da sua sombra. As suas recordações começam, pouco a pouco, a desvanecer-se, à medida que assume a tarefa de leitor de sonhos num lugar povoado por habitantes possuidores de estranhas carências anímicas e percorrido por unicórnios dotados de uma pelagem que se torna dourada no outono.

Na segunda história, um informático com trinta e cinco anos, ao serviço de uma duvidosa entidade, envolve-se com um cientista que tem tanto de genial como de enigmático. Que representam de importante para o futuro da humanidade as misteriosas experiências que colocam em risco as cobaias? Quem são os obscuros Invisíveis? Qual o significado das criaturas rastejantes e malignas que escorregam dos buracos ocultos, vagueando pelos tenebrosos subterrâneos? É precisamente no fundo da sua mente que o herói encontrará a solução do mistério que liga as personagens destes dois mundos.

... Um acelerador de partículas narrativo percorre o romance, num movimento de zoom, aproximando-se e afastando-se de crânios de unicórnios e bibliotecárias vorazes. Wild Turkey e Bob Dylan. Charlie Parker e Lord Jim. Turguéniev e O Homem Tranquilo. Paixões em Fúria e Lauren Bacall. Dostoiévski e os Police. ‘Danny Boy’ e a música reggae. Há todo um mundo de referências nesta poderosa alegoria sobre os tempos modernos.”


Opinião:

Com muita pena minha tenho visto desaparecer, só este ano, grandes nomes de FC, questiono-me se existe uma real renovação de novos escritores no género (que parece-me não ter grande aceitação por estas bandas e sinceramente não percebo bem porque) mas este escritor provou-me estar a grande nível neste género.

Não conheço muitos livros seus, algo que pretendo mudar, apenas tinha lido, até agora, "Sputnik meu amor" e não tem nada a ver com FC, não sei se escreveu mais algum dentro do género, mas bastou-me ler este para verificar que a FC tem aqui um nome a ter em conta, é bom. 

Quanto ao livro em si, e como já foi referido, é nos apresentados entre dois mundos em paralelo. Por um lado acompanhamos a vida de um programador na cidade de Tóquio, onde os seus serviços são solicitados por um cientista já de certa idade mas com uma mente genial e que se vê envolvido num projeto ultra secreto e que acaba por ser alvo de perseguição, pois o seu cérebro acaba por funcionar como um processador de dados, capaz de registar e criptografar informação. 

Por outro lado acompanhamos um homem que chega a uma cidade rodeada por uma muralha intransponível, onde lhe é atribuída a função de leitor de sonhos de unicórnios, ficando para o efeito privado do Sol e da sua sombra, perdendo a sua memória da sua vida do passado. 

Colocando as coisas assim como referido, até parece que é um escritor de leitura simples e fluída, puro engano, compreendo agora porque este escritor é venerado por uns e odiado por outros, o homem é genial, apresenta uma escrita meio confusa, com frases complexas, abstractas, que acabamos por ter alguma dificuldade de perceber onde o escritor nos quer levar, mas com o decorrer da leitura, vamos ficando presos, vamos obtendo respostas e as peças acabam por se ir encaixando e a fazer sentido a muitas questões que se nos vão surgindo, nomeadamente se existirá algo em comum entre as duas histórias? Entre outras questões óbvias. 

Gostei de ler o livro, complexo, profundo, completamente diferente do habitual e que vai acabando por nos cativar de página em página e que tem um final brilhante e de todo inesperado. 

Não sendo de fácil leitura é um livro que tem de ser lido de mente aberta, muito bom e desde já o meu obrigado à amiga Caminhante pela partilha deste pequeno grande diamante. E no fundo acaba por se enquadrar com os objetivos de leitura a que me tenha proposto, ler um livro de escritores de nacionalidade diferente, só posso estar satisfeito. 

Um livro mais que recomendado.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

DRAGÕES DE UM ALVORECER DE PRIMAVERA - LIVRO 3 DA TRILOGIA DRAGONLANCE



Krynn prepara-se para a batalha decisiva contra os servos de Takhisis, a rainha das Trevas. Os nossos companheiros têm em seu poder as misteriosas e mágicas orbes e lança de dragão, mas será isso o suficiente para resistirem às forças da escuridão?

Uma batalha ainda maior encontra-se por travar no coração de cada um dos heróis. Tanis está dividido entre a perigosa Kitiara e o amor incondicional de Laurana. Raistlin prossegue a sua demanda por mais conhecimento e poder entre os magos de Krynn, mas o preço a pagar é elevado e poderá não sobreviver. Saberá Caramon, o seu irmão, até onde vai a ambição de Raistlin? Tasslehoff aprende, pela primeira vez, a sentir medo pelos seus amigos.

Com o alvorecer, novos segredos e traições, mas também grande coragem e sacrifício, serão revelados. Os deuses são testemunhas de que nada voltará a ser o mesmo em Krynn.

Opinião:

Nos comentários aos livros anteriores já referi quais as qualidades que a saga apresenta, mesmo não sendo uma obra prima, não trazendo nada de novo ao universo da fantasia, ainda assim considero ser uma boa aposta e ideal para quem goste de fantasia. 

Para quem já leu estes livros há imenso tempo, é com um sorriso e uma certa nostalgia, que os vêem novamente publicados, é verdade que, atualmente e depois de já lerem muitas outras obras e escritores como George Martin, Robert Jordan, Tolkien, ou mesmo outros livros de FC, onde os universos são seguramente muito mais profundos complexos e adultos, não os voltariam a comprar e acredito que achem estes livros mais juvenis. 

Ainda assim, penso que é uma boa aposta pois se Eragon de Paolini ou mesmo Harry Potter conseguiu colocar tanta gente a ler, porque não Dragonlance ? Então a nível de MAGIA esta saga, e após este primeiro ciclo, acredito que ainda tenha muito a dar. Apenas me parece que o momento escolhido para publicarem a trilogia não foi o mais adequado, pois anda mesmo ai uma crise de venda de livros (falo sem saber números, mas é um palpite). Se tivesse sido publicado mais cedo e poder-se-ia ter tornado um caso sério de popularidade, algo que já teve em outros tempos. 

Quanto ao livro em si e que concluí esta primeira fase, foi o livro que mais gostei, mais negro, com crueldade e acima de tudo com um ritmo de leitura altamente viciante. Aliás penso que uma das mais-valias do livro é mesmo a escrita, consigo ler mais rápido esta saga que os livros de George Martin, não tem quebras, sempre de aventura em aventura, não querendo dizer com isto que não nos seja introduzida muita informação importante para percebermos determinados povos, momentos da história de Krynn, conhecermos melhor determinados personagens "chave" do enredo, o que está em jogo no enredo, as motivações, objetivos dos vilões e por ai fora. É uma trilogia muito equilibrada e coerente, mesmo tendo um ritmo de leitura alucinante. 

Quanto a personagens, foram introduzidas mais algumas ao enredo de uma forma bastante positiva, figuras misteriosas, sobre as quais acabamos por querer saber sempre mais e mais. Devo dizer que gostei dos vilões apresentados, ainda assim e mesmo tendo gostado de imensas é Raistlin a minha personagem preferida, alias até já tinha explicado o porquê, mas quanto mais o conhecemos mais o vamos admirando. Temos um final de trilogia que para quem a ler independentemente fica devidamente satisfeito, mas que nota claramente que a MAGIA ainda vai ser muito explorada e é sem dúvida aquilo que mais me agradou na trilogia toda. Aliás, assim “a quente” não me recordo de ver algum livro ou saga onde esta tenha sido tão bem explorada e acredito que ainda nem vimos nem metade do que tem para dar, Potter não de certeza, embora admire os seus livros, GED da saga Terramar da Úrsula le Guin, foi giro mas não tem a profundeza do que aqui nos apresenta, em O Mago de Feist, está lá perto, talvez a manha e o talento nos livros da Robin Hobb, mas ainda assim gosto mais do que aqui é apresentado. 

Nota positiva para o trabalho de revisão, não encontrei nem uma falha e numa opinião muito pessoal, as capas não favorecem os livros, ok associar aos do Martin tudo bem, mas os bonecos ? Se colocassem uma figura, como a apresentada no Duna para Raistlin, por exemplo, ficariam muito mais apelativas.

Trilogia com uma leitura alucinante, com personagens cativantes, muita aventura, mistérios, momentos divertidos e demandas por percorrer e não sendo nada de inovador, nem com a profundidade de Martin, foi uma trilogia que me agradou bastante, logo só posso recomendar a todos que gostem de um bom livro de fantasia. 

Venha a saga seguinte o mais rápido possível.