quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ursula K. Le Guin


Morreu na passada segunda-feira Ursula K. Le Guin. A noticia só foi conhecida ontem à noite e confesso que quando li a noticia a minha primeira reacção foi a de total descrença, não quis acreditar, mas era verdade e lentamente o sentimento de perda foi-se enraizando. O momento que precedeu o meu conhecimento desta triste noticia foi passado a ler o último volume da Banda Desenhada Sandman intitulada "A Vigília" da autoria de Neil Gaiman (mais um confesso admirador da autora e alguém que foi profundamente influenciado por ela). Coincidência ou ironia da vida não o saberei dizer, mas a verdade é que dei por mim a traçar alguns paralelos entre a história que estava a ler e a Ursula K. Le Guin. Tal como a personagem principal do livro também Ursula K. Le Guin é mais que uma "mera" deusa, ela é e irá ser uma Eterna, junto de nomes como Philipk K. Dick ou Ray Bradbury para sempre irá brilhar acima de bons e excelente autores que felizmente ainda pontuam o nosso horizonte literário.

Mas ela foi mais que uma mera escritora, foi também um voz da razão, um voz do sonho e do futuro. Foi alguém que nos avisou dos tempos negros que se avizinham se nada fizermos.

Todas as vidas que ela tocou (e irá tocar) de modo tão profundo tornaram-se melhores por se terem cruzado com ela e a sua obra literária e tornaram o mundo um local um pouco melhor.

Tudo o que se possa dizer sobre ela será sempre pouco e o melhor que todos podemos fazer é simplesmente ler os seus livros pois esse é a melhor maneira de a manter viva.

Deixo para o final o discurso que proferiu quando ganhou o National Book Awards Lifetime Achievement Award de 2014  (prémio de carreira). Um discurso cheio de avisos, mas também de esperança e coragem. 



Podem ver legendado em Português do Brasil neste link: Discurso de Ursula K. Le Guin no National Book Awards. Podem também ver o video original neste link: Ursula k. Le Guin National Book Awards Lifetime Achievement Award 2014 ou em alternativa a versão longa em que Neil Gaiman apresenta o premio: Neil Gaiman presents lifetime achievement award to Ursula K. Le Guin at 2014 National Book Awards.


sábado, 6 de janeiro de 2018

Os Portões da Casa dos Mortos - Steven Erikson

 



Sinopse

No Império Malazano, as lendas estão prestes a nascer...


O Império Malazano é abalado por uma purga da nobreza onde muitos aristocratas são traídos e desterrados para as minas. Enquanto isso, no Sagrado Deserto Raraku, a Vidente Sha’ik e os seus seguidores aguardam o líder prometido de uma rebelião há muito profetizada.


Perante esta insurreição brutal, as forças malazanas terão de recorrer a um plano de evacuação desesperado e audaz para salvar os refugiados imperiais. De uma dimensão e selvajaria nunca antes vistas, este pico de fanatismo e sede de vingança irá mergulhar o Império Malazano num conflito sanguinário onde as hipóteses de sobrevivência não estão ao alcance de todos.



Opinião:


Este é a primeira parte do segundo volume (versão original) da saga O Império Malazano e sem duvida do melhor que tenho conhecido a nível de fantasia, mais um volume onde a qualidade está toda lá, quer a nível de escrita, de enredo e claro personagens.

Não quero estar a desenvolver muito, pois nota-se claramente que o livro ainda está por encerrar, mas para se perceber a complexidade deste enredo, basta ver que poucas são as personagens que entraram no primeiro volume (versão original) e muitos foram os locais novos apresentados. Um enredo muito complexo, rico e que acabamos por nos ir habituando com o decorrer dos livros.

As personagens têm todas um enorme potencial e acabamos por ficar sempre na curiosidade de sabermos mais, são complexas, com carisma, talvez faltando um pouco mais de aprofundamento para que nos cativem ainda mais, mas sendo tantas torna-se difícil, mas recordo-me que no primeiro volume foram várias as que fiquei admirador e com vontade de saber mais, ainda assim gostei imenso de Felisin Paran por tudo o que passou até ao momento, o que não quer dizer que não hajam outras cativantes.

Quanto à escrita cativa e acima de tudo ficamos admiradores de Steven Erikson por criar um universo tão rico e complexo e que acredito ainda irá ser muito desenvolvido.

Do melhor que a fantasia tem e uma mais valia para o catálogo da Coleção BANG!, mais que recomendado.